FLUORETO E INTELIGÊNCIA: AVALIAÇÃO CRÍTICA DE UM ESTUDO DE COORTE PROSPECTIVO
DOI:
https://doi.org/10.29327/244963.6.1-2Palavras-chave:
fluoretação, inteligência, gravidez, criançaResumo
Introdução: A fluoretação da água é considerada uma estratégia eficaz e segura para a prevenção de cárie dentária. Contudo, com base em um estudo de coorte realizado no Canadá que avaliou a associação entre exposição de gestantes a fluoreto (F) e inteligência (QI) da prole aos 3/4 anos de idade, publicações alarmistas nas redes sociais têm divulgado que o F adicionado à água reduz a inteligência de crianças. Objetivo: Avaliar a qualidade da evidência sobre exposição à F e inteligência proporcionada por esse estudo. Apresentar as principais características do estudo seguida de análise crítica da evidência. Síntese dos dados: A concentração de F na água consumida pelas gestantes expostas à água fluoretada foi 4,5 vezes maior do que na água consumida pelas gestantes que viviam em região sem água fluoretada; o escore médio de QI das crianças dos dois grupos foi o mesmo. Houve associação estatisticamente significante entre excreção urinária materna de F e menor QI de meninos. O aumento de 1 mg F/l na ingestão autorrelatada de F materna foi associado a um decréscimo de 3 pontos no QI da prole. A análise crítica identificou risco de viés de seleção e de informação e confundimento residual, com potencial de comprometer a validade dos resultados. Conclusão: O estudo não proporciona evidência robusta sobre exposição ao fluoreto e diminuição da inteligência. Sua conclusão não deve ser extrapolada como suporte científico para propostas de mudanças na fluoretação da água de abastecimento público.
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